segunda-feira, 20 de maio de 2013

Capacete Aberto

Como recentemente postamos modificações estéticas nos capacetes, acredito que seria interessante tanto dizer como a lei permite hoje que sejam esses equipamentos quanto debater a questão legal que toca esse tema.
Primeiramente quero dizer que os capacetes modificados foram apenas pintados, não sofreram alterações de composição ou materiais. Só uma camada de tinta. Os selos do Inmetro ainda estão lá. Legalmente é indispensável que esses capacetes tenham os selos dispostos nos locais originais e com visibilidade.
Mas e as modificações?
A Lei diz que os capacetes devem estar em boas condições de uso, recentemente foi estipulada uma validade de três anos para os mesmos, devem possuir faixas refletivas (aquelas fitas cinza que dão o efeito de olho-de-gato) e a viseira.
É esse o tema de hoje.
A meleca da viseira.
E a Lei brasileira. A mesma que considera crime inafiançável matar pardal mas liberta o Thor Batista.
EITA PORRA!!!

Percebam que hoje temos em Lei a obrigatoriedade da viseira. Oque ela faz, afinal?
Eu digo: ela impede que entre alguma porcaria no seu olho, na sua boca, na sua cara. O perigo é que se o motociclista leva alguma coisa no rosto, por exemplo uma moscona verde, ele pisca, vira a cabeça, fecha o olho, qualquer coisa que por alguns instantes tira sua atenção da estrada-rua-pista-trilha, e PLAMB, mais um estirado no chão. Um perigo para o motociclista e demais usuários da via que seriam afetados pela moto desgovernada. Mas não é isso. É porque o sistema de saúde no Brasil é público e o Estado teria despesa com o motociclista. É só por isso. Em países como os Estados Unidos, existem vários estados onde o cidadão é responsável por sua própria saúde e sequer é obrigatório o uso de capacete. A mesma coisa que o "combate" ao tabagismo. O Estado paga horrores pra recuperar ou só tentar recuperar vítimas de males causados pelo fumo. Aí quando a propina os impostos das empresas de cigarro não justificam o gasto com o cliente fumante, aparecem leis pra inibir o fumo. Mesma coisa. Sua liberdade acaba quando começa a custar pro Estado.
(possível forma do Estado amenizar o custo do motoqueiro que não usa capacete e do fumante)

Vendo por estes dois escopos (sua segurança e as despesas compartilhadas pela sociedade através do SUS), o capacete é a melhor escolha, sem dúvida.
Mas veja esses exemplos abaixo:


Algum desses capacetes garante a segurança de sua face?
O primeiro atende rigorosamente a lei, indo até a ponta do queixo. Mas é uma folha de acrílico. Que chance tem isso contra o asfalto ou um automóvel? Nenhuma.
O segundo tem selo do inmetro também, como o primeiro. Que diferença tem entre um óculos ray-ban e essa viseira? Nenhuma.
O terceiro é aquele horroroso escamoteável. O SETRAN aqui de Maringá usa desse. É a mesma coisa que o primeiro, só que pior, porque ele faz de conta que tem alguma proteção. Mas não tem. Essa mandíbula de plástico não irá salvar rosto algum. Segurança extra? Nenhuma.
O meu parecer é esse ae. Pra andar na cidade todos estão ótimos. Faz um calor danado, ninguém precisa ficar mofando num Taurus fechado o dia todo. As velocidades (supostamente) são baixas entre ruas e avenidas. Não vejo problema em usá-los na cidade. Nem a Lei vê problema.
E é por isso que vou tocar no ponto da viseira, que é o tópico principal.
Veja esse capacete:

Diga-me que ele protege menos que o Kraft ali em cima. Mas esse não pode. Os únicos óculos móveis que você pode usar de moto pela nossa legislação são esses de Cross, tipo esse:
É uma Lei hipócrita. O óculos pode. Capacete aberto pode. Óculos no aberto não pode. Mimimi. É isso. Fizemos os capacetes e mantivemos as viseiras originais. Na verdade até compramos novas viseiras homologadas. Mas é uma pena que não possamos cuidar de nossas próprias faces. É isso aí. No trânsito você não é dono do seu nariz. Seu nariz é da Lei.
Relembrando que o chororô é só pra cidade. Não vejo cabimento usar capacete aberto em rodovias onde as velocidades são 3 ou 4 vezes maiores e um besouro na cara pode acabar com o passeio da sua comitiva toda que vai ter que te levar pra um hospital.
Mas se fôssemos livres mesmo, também seria um direito seu usar capacete fechado ou uma fita do Rambo.
Isso sem falar no problema de fazer modificação na moto (custom, como o nome já diz, deveria ser pra fazer mudanças, personalizações... mas br). Tema pra outro post.
Então, no Brasil, quem compra a moto pelo símbolo da liberdade, está comprando só a metade do que sonhava.
huehuehuehue br? br.

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